quarta-feira, 19 de novembro de 2008

SERÁ QUE A CULPA É DA MÃE?

Manchetes em que mulheres e crianças são vítimas de homens enciumados já não espantam, tamanha é a sua freqüência. Então, nos mulheres, depois de termos conquistado o direito de viver a própria vida, conforme nossas escolhas pessoais, não vemos esse direito reconhecido por homens que não sabem lidar com perdas amorosas.

Há uma geração de homens jovens que, de modo surpreendente, não sabem viver essa modernidade, esse clima de liberdade do qual também se beneficiam. Afinal, de burros de carga, de criaturas a quem não se permitia externar emoções e fragilidades, passaram a ser vistos como os seres humanos que são, passaram a dividir a carga com a mulher.

O estranho é que esses, que agora freqüentam as manchetes, são de uma geração com mais acesso à informação, que cresceram assistindo novelas em que se apregoa um estilo mais livre de viver, desde que a TV Globo exibiu o seriado “Malu Mulher”, no final da década de 70!

Será que “a culpa é da mãe”? De algum modo a educação vem falhando quanto a mostrar a igualdade de direitos, quanto à obrigação de respeitar a decisão de um parceiro quando este diz: acabou.

Vejo preconceito entre as mulheres; não posso generalizar nem afirmar, não tenho nenhuma base científica, não promovi nenhuma pesquisa...Mas, o fato é que, ainda hoje, algumas parecem dizer ”prendam suas cabritas, meu bodes estão soltos”: aceitam que seus filhos tragam namoradas, muitas vezes sem buscar um contato com a mãe da garota que dorme em sua casa, sem questionar o filho.

Muitas repelem o convívio com mulheres separadas enquanto se penduram em casamentos fracassados tendo por lema “Não sou feliz mas tenho marido”. Há um preconceito muito mal disfarçado, de mulheres contra mulheres.

Vencidas as causas externas, as leis e os costumes, talvez falte, à própria mulher, ensinar filhos do sexo masculino a aceitar frustrações, a encarar a possibilidade do fim de uma relação, com a consequente obrigação de sustento dos inocentes sem, nunca, usar subterfúgios do tipo: não vou dar dinheiro para essa ...Não vou sustentar mulher para outro homem...

Com esse e outros subterfúgios, que alguns insistem em chamar de amor, mata-se covardemente, como se vê na notícia aí ao lado, publicada no “O Globo” de hoje.

4 comentários:

Fábio Mayer disse...

O que eu acho é justamente o contrário: a informação que supostamente esta geração tem é de péssima qualidade e a leva a cultuar ops valores errados.

A Globo, com suas novelas promíscuas, suas atrizes que estreiam em Malhação e 3 meses depois estão na Playboy promove a coisificação da mulher muito mais do que a igualdade de direitos dela com os homens. A imensa maioria de néscios deste país, tende a identificar mulheres como coisas que põe seu corpo à disposição deles.

E suas meias-informações, onde o populismo e a pieguice de proteger quem é pobre e chorão sempre são mais importantes do que a idéia de vencer por esforços próprios, o que também atinge a mulher, que passa a ser vista como uma... coitada, quie não merece respeito, mas bondade porque "acha" ser igual.

Enfim, a qualidade da informação que a maioria dos brasileiros recebem é ruim e equivocada, e isso leva ao estado de coisas que você citou: a sociedade violenta as mulheres porque não as identifica como iguais, mas como usuárias de um conceito de igualdade do qual as que se destacam observam mal.

Que as mulheres são iguais em direitos e obrigações, eu concordo. Mas o fato é que, no Brasil, para se chegar a esse estado de coisas, ainda terá que rolar muita água sob a ponte, vez que o nível cultural e moral daqui é muito baixo.

Luisete disse...

Oi Fábio,

O que faria diferença seria o discernimento de cada um que lhe permitisse selecionar informação de qualidade ao invés de ficar refém de cenas novelas. Não acho que a influência da televisão seja decisiva; falta educação, na família e na escola, falta punição para os que praticam violência contra as mulheres; e o resultado é o que se vê nas estatísticas e no noticiário.

R disse...

Olá!
Parabéns pelo espaço,muito bom mesmo.
Comentando,acho que falta muita coisa não só para o nosso país ,em relação a educação e ao comportamento das pessoas e das famílias,principalmente a nível de família, o conceito do que é isso está bem distante da nossa realidade,por isso vemos a violência da forma que está.
Falta Deus na vida das pessoas,falta uma coisa chamada temor de Deus,ou seja, respeito,se algum dia as pessoas se interessarem em saber o que isso significa,certamente serão transformadas e terão uma vida de paz verdadeiramente,mas, quem quer Deus? Jesus oferece uma vida de simplicidade, o mundo oferece uma vida de prazeres...valores esquecidos...seres humanos destruídos...
Paz!!

Anônimo disse...

Olá,

Obrigada por comentar.
Realmente, a questão da fé é primordial. Para quem crê e se empenha em viver segundo a "Palavra", a lição é: "Não façais ao próximo aquilo que não queres que vos façam".
Respeitando esse princípio, hesitaremos em praticar o mal.