Meu filho mais velho aniversariou. Ganhou um presente para o seu novo lar, jogos de toalhas de banho, felpudas, macias, bem grandes... nada a ver com as toalhas que eu tenho aqui em casa ...
Escolho, cuidadosamente, as toalhas que devem ficar no meio termo entre um conforto mínimo ao tato, o peso e o tamanho de modo que não se tornem um estorvo na “operação lavar”, “secar”, “guardar” ... Explicando: toalhas grandonas e felpudas ocupam muito espaço, pesam na máquina de lavar, demoram para secar e, em espaços reduzidos combinados com dias úmidos, acabam cheirando a mofo.
Atividades domésticas requerem estratégias, dignas de serem batizadas com esses nomes criativos, às vezes grotescos, que a PF inventa.
Desde cedo precisei de estratégias: aprender a simplificar, a colocar em primeiro plano aquilo que realmente, tem importância. Foi assim que consegui criar 4 filhos trabalhando em jornada de oito horas diárias, sem enlouquecer, sem negligenciar meus compromissos profissionais, sem deixar de estar atenta ao que se passava com a criançada.
Os recursos sempre foram reduzidos e o tempo ultra-escasso. Eu não podia contar com uma babá, com cursos de natação, de inglês, etc, atividades que mantivessem a garotada ocupada. Uma vez, li uma entrevista com a Maria Silvia Bastos Marques, aquela super executiva que presidiu a CSN. Ela havia tido gêmeos mas, ai que inveja, podia contar com toda a infra-estrutura proporcionada pelo seu alto salário. Que bom para ela e seus gêmeos!
Eu, aqui, nenhuma colher de chá! Ou de sopa, bem grande, dessas que o dinheiro, esse que dizem que não traz felicidade, é capaz de proporcionar. Então, tome estratégia, tome desapego e doses cavalares de simplicidade!
Mas, no afã de presentear, cometi um deslize, esqueci que sou eu quem, ainda, está lavando as “roupitias”!